7 de abril de 2013


Não sei se te posso dizer, mas ainda me bates no peito.
Cada vez que piso o caminho que te leva para fora, parece que o sentes.
Sinto no peito uma batida tão forte que me corta a respiração, tipo desfibrilador.
Quase diria que pensas que nos entretantos em que piso outro caminho, que morro, e que os teus choques me devolvem a vida ou a suposta lucidez.
Quase diria que me avisas a que não te esqueça. 
Quase diria que assim me mantens tua sem, no entanto, me quereres.
Quase. Mas não digo.
Não te digo.
Que me bates no peito. Ainda.

2 comentários:

  1. É tão cruel essa capacidade da vida nos fazer tropeçar em pequenas coisas que nos devolvem quem insiste em não sair de nós, e quem nós teimamos em querer expulsar do coração, em vão; e quando estamos a meio caminho (só meio) de nos convencer (só tentar convencer) disso, esses tropeções fazem-nos perceber que há vírus que se alojam e não arredam pé, só às vezes fazem de conta (só fazem de conta) que adormecem, quando acordam quase que rebentam connosco de percebermos o tanto que ainda nos batem no peito - ainda.

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  2. É demasiado cruel, Eva. Tens toda a razão.
    E é impressionante como tal é possível... é como se o outro nos sentisse sair fora do "suposto" caminho.
    Nós queremos e tentamos desesperadamente sair e no entanto sentimo-nos mais presos que nunca.

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