15 de setembro de 2014

Cobres-me os poros de uma tinta opaca.
Desenhas com as pontas dos dedos coisas imperceptíveis. Letras. Símbolos. Códigos.
Cegas-me com a luz que emanas quando o teu olhar me procura. Por entre o teu corpo. Escondida.
Acredita que me ensurdeces quando da tua boca saem melodias estranhas. Palavras esquivas. Sons obtusos.
É precisamente o me seres estranho que me dá abrigo.
E gosto. Gosto-te estranho. Louco. Difuso. Apraz-me tentar encontrar-te o fio da meada.
Seduz-me obedecer-te. Estranhamente.
E obedeço. Cumpro. Deixo que me leves. Que me coordenes os movimentos.
Ris. Rimo-nos.
Nus. Crus.
E caem por terra todas as premissas.


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