10 de maio de 2013

"Há na intimidade um limiar sagrado,
encantamento e paixão não o podem transpor -
mesmo que no silêncio assustador
se fundam os lábios e o coração se rasgue de amor.

Onde a amizade nada pode
nem os anos da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu langor lento.

Quem corre para o limiar é louco,
e quem o alcançar é ferido de aflição.

Agora compreendes porque já não bate,
sob a tua mão em concha, o meu coração."

Anna Akhmátova

2 comentários:

  1. :)
    Cruzei-me com este poema e está nos meus rascunhos há vários dias, ainda não teve a hora dele... agora vi-o aqui. Andamos sintonizadas, o que é longe de ser bom neste caso...

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  2. :)
    sim... é de facto longe de ser bom.
    Amei o poema assim que o li e apesar de não ser bem a hora dele, achei que seria digno de ser lido e relido, até que eu o entranhe em mim...

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