13 de fevereiro de 2013

"Mentir pode ser um exercício de inteligência em que a realidade é reinventada. Essas alterações transportam consigo outras, numa reacção em cadeia, até perturbarem toda a paisagem. Não é fácil, pode ser perigoso. Quando comei a mentir deixei de poder parar de mentir, uma mentira erguendo-se sobre outra. Sei que me é impossível voltar atrás, recomeçar tudo de novo. Mesmo que o quisesse - e não quero, seria demasiado doloroso e inútil - não me é agora possível destrinçar o que aconteceu do que podia ter acontecido, o que vi do que quis ver mais do que tudo, o que disse com o objectivo consciente de seduzir, aumentar o meu poder defendendo-me do mundo, do que disse com o coração na boca, a tremer, como se tivesse pouco tempo de vida. A minha vida nada tem a ver com o que escrevo."

Pedro Paixão
in 47 W 17


Acho que, finalmente, descobri respostas a algumas perguntas.

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