28 de abril de 2013
25 de abril de 2013
19 de abril de 2013
15 de abril de 2013
“Para te ver bastava fechar os olhos com força e eras outra vez tu, igual a ti própria. O abismo entre querer-te e ter-te afundava-me. A doce paz de te sonhar trazia consigo uma discórdia infinda, de mim para comigo. Não sabia onde estavas, com quem, de que maneira. É normal que já não se entendesse o que nos unia, se nem eu já era capaz desse esforço. O amor tornara-se uma forma de tortura recíproca.”
Pedro Paixão in Fatalidade, O mundo é tudo o que acontece
14 de abril de 2013
Para onde vais quando fechas os olhos? Quando descansas a cabeça em outras almofadas, deitado em outras camas, com outros lençóis a cobrirem-te o corpo.
Para onde vais quando fechas os olhos? Quando te abraçam outros braços e te beijam outros lábios.
Para onde vais quando fechas os olhos? Quando te abraçam outros braços e te beijam outros lábios.
Diz-me. Para onde vais? Em que pensas? Quando fechas os olhos?
Não, não me digas. Não quero saber. Não me interessa.
Sonhas? Viajas? Diz-me... ou fecha-me os olhos.
10 de abril de 2013
Calo cá dentro o que grito de boca fechada.
Amarro as letras uma a uma para que não me saiam disparadas e sem pedir licença.
Se me olharem nos olhos, vêem-nas amordaçadas. Querem sair e eu engulo-as, mais uma vez.
Não é difícil ler-me, não assim, quando me entupo de letras e palavras e pontuações e acentos.
Vejo-as desenhadas na pele. Provocam sulcos. Querem ar.
Toda eu sou frases, prosa, poema, verso... À espera de se cravarem em papel.
7 de abril de 2013
Cada vez que piso o caminho que te leva para fora, parece que o sentes.
Sinto no peito uma batida tão forte que me corta a respiração, tipo desfibrilador.
Quase diria que pensas que nos entretantos em que piso outro caminho, que morro, e que os teus choques me devolvem a vida ou a suposta lucidez.
Quase diria que me avisas a que não te esqueça.
Quase diria que assim me mantens tua sem, no entanto, me quereres.
Quase. Mas não digo.
Não te digo.
Que me bates no peito. Ainda.
6 de abril de 2013
"At the frontier of the skin no dogs patrol. That was it. At the frontier of the skin. Where I end and you begin. Where I cross from sin to sin. Abandon hope and enter in. And lose my soul. At the frontier of the skin no guards patrol.
At the frontier of the skin mad dogs patrol. At the frontier of the skin. Where they kill to keep you in. Where you must not slip your skin. Or change your role. You can't pass out I can't pass in. You must end as you begin. Or lose your soul. At the frontier of the skin armed guards patrol."
Salman Rushdie, The Ground Beneath Her Feet
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