Cada vez que piso o caminho que te leva para fora, parece que o sentes.
Sinto no peito uma batida tão forte que me corta a respiração, tipo desfibrilador.
Quase diria que pensas que nos entretantos em que piso outro caminho, que morro, e que os teus choques me devolvem a vida ou a suposta lucidez.
Quase diria que me avisas a que não te esqueça.
Quase diria que assim me mantens tua sem, no entanto, me quereres.
Quase. Mas não digo.
Não te digo.
Que me bates no peito. Ainda.
É tão cruel essa capacidade da vida nos fazer tropeçar em pequenas coisas que nos devolvem quem insiste em não sair de nós, e quem nós teimamos em querer expulsar do coração, em vão; e quando estamos a meio caminho (só meio) de nos convencer (só tentar convencer) disso, esses tropeções fazem-nos perceber que há vírus que se alojam e não arredam pé, só às vezes fazem de conta (só fazem de conta) que adormecem, quando acordam quase que rebentam connosco de percebermos o tanto que ainda nos batem no peito - ainda.
ResponderEliminarÉ demasiado cruel, Eva. Tens toda a razão.
ResponderEliminarE é impressionante como tal é possível... é como se o outro nos sentisse sair fora do "suposto" caminho.
Nós queremos e tentamos desesperadamente sair e no entanto sentimo-nos mais presos que nunca.