There.
Por
vezes as palavras pulsam na violência do desejo: esse fio fino e
sensível a dilacerar a pele, a dilatar os poros. Abrir o livro,
encontrar-te sempre nas mesmas páginas é o principiar de uma viagem pela
volúpia. É doar a minha carne aos teus sons. A impossibilidade de estar
contigo agudiza-me os sentidos. Escrevo. O meu corpo quer dissolver-se
nestes instantes em que a gravidade revela a sua presença. Ser névoa
espessa e dourada. Habitar-te por parte completa das cores que
desconheces.
Mordes-me
a realidade. Recordas-me que por muito que escreva a palavra exacta
será sempre a que guardas abotoada na margem dos teus lábios. Alienar-me
com o texto onde és a minha - perfeita - linguagem paradisíaca.
Sem comentários:
Enviar um comentário